Horta Comunitária do PACUCA
Parque Cultural do Campeche, Florianópolis, Santa Catarina
Convidados por Claudio Andrade, fomos a conhecer o projeto de recuperação de espécies de mandiocas pouco encontradas na horta comunitária do Pacuca, no bairro do Campeche. A área que já teve engenho de farinha, foi utilizada para plantação agrícola e também serviu para pousos e decolagens da aviação comercial francesa, hoje abriga uma das maiores hortas urbanas da Capital.
Aproximadamente sete novas espécies de mandioca brava tem sido plantadas nesse território. O
projeto foi criado pelo presidente da Horta comunitária, Ataide Silva e Claudio Andrade.
“A terra ensina-nos mais acerca de nós mesmos do que todos os livros. Porque ela nos resiste.” Antoine de Saint-Exupéry
Por isso que os nossos velhos dizem: "Você não pode se esquecer de onde você é e nem de onde você veio, porque assim você sabe quem você é e para onde você vai". Isso não é importante só para a pessoa do indivíduo, é importante para o coletivo.
Ailton Krenak
Claudio Andrade nos fala sobre a importância do projeto para recuperação e estudo das espécies de
mandioca que não são conhecidas.
Ataide e Claudio se encontram na horta para dar mantenimento ao projeto. E assim, entre enxada e enxada, conversamos e nos conhecemos melhor.
O pé de mandioca, assim como a raiz, são símbolos de resistência. A sua cultura pode perder forças com o tempo, mas se plantada em um lugar fértil, ela volta a crescer forte.
“Capinar e adubar é tudo. Mas não pode ficar capinando com força sem prestar atenção. Tem que olhar
o que está tirando daí debaixo e assim se conectar com a planta”, diz Ataide.
Espécies selvagens desconhecidas também foram plantadas neste terreno. O intuito é conhecer a adaptação da espécie ao solo e condições climáticas.
A resistência é símbolo da cultura da mandioca. Assim como a mandioca é uma raiz resistente que, mesmo tendo muita água ou muito sol, não morre. A sua biocultura compartilha as mesmas condições.
